Ficha de Citações - Fichamento 7
USO DE SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS POR PACIENTES COM SÍNDROME DE DOWN
Utilization of oral health care for Down syndrome patients
Rev Saúde Pública 2008;42(4):693-9
Ana Cristina Oliveira, Dina Czeresnia, Saul Martins Paiva, Mônica Rodrigues Campos, Efigênia Ferreira Ferreira
“A síndrome de Down ou Trissomia do 21 representa a anomalia cromossômica mais comum da espécie humana.”(p.694)
“A saúde bucal representa um aspecto importante para a inclusão social de pessoas com deficiência.” (p.694)
“Do ponto de vista estético, características como mau hálito, dentes mal posicionados, traumatismos, sangramento gengival, hábito de ficar com a boca aberta e ato de babar podem mobilizar sentimentos de compaixão, repulsa e/ou preconceito, acentuando atitudes de rejeição social.” (p.694)
“A saúde bucal ainda é vista com baixa prioridade quando comparada aos cuidados médicos dedicados indivíduo acometido pela síndrome.” (p.694)
“A integralidade representa um atributo importante a ser considerado na avaliação da qualidade do cuidado e dos serviços e sistemas de saúde.” (p.694)
“No Brasil, a integralidade surgiu quando passou a fazer parte das propostas da reforma sanitária, no início dos anos 80 e incluída em programas de saúde, até ser incorporada como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).” (p.694)
“A integralidade é um valor a ser defendido em todas as práticas de saúde, e não apenas naquelas pertencentes ao SUS.” (p.695)
“No que diz respeito à odontologia, a integralidade pode ser dividida em quatro dimensões. A primeira considera a integralidade das pessoas. A segunda trata do atendimento integral. A terceira refere-se à integração dos serviços de saúde. A quarta dimensão é a intersetorialidade, vista como um pilar fundamental da integralidade.” (p.695)
“Tendo como perspectiva a prática da integralidade do atendimento, o presente estudo teve por objetivo analisar os fatores relacionados à atenção odontológica recebida por crianças e adolescentes com síndrome de Down.” (p.695)
“Tendo como perspectiva a prática da integralidade do atendimento, o presente estudo teve por objetivo analisar os fatores relacionados à atenção odontológica recebida por crianças e adolescentes com síndrome de Down.” (p.695)
“Um questionário estruturado foi aplicado às mães para investigar a atenção odontológica ao sindrômico, com a pergunta: “Seu filho já foi ao dentista?”” (p.695)
“O exame clínico bucal foi realizado por uma das autoras (ACO) auxiliada por uma anotadora. O exame foi realizado sob luz artificial, com o auxílio de espelho clínico bucal e sonda periodontal IPC” (p.695)
“O diagnóstico de cárie dentária foi baseado nos critérios clínicos estabelecidos pela OMS ao se identificar a ausência ou presença de pelo menos uma lesão de cárie dentária.” (p.695)
“A higiene bucal foi avaliada por meio do Índice de Higiene Oral Simplificado (IHOS).” (p.695)
“Quando identificada como “satisfatória” ou “regular”, a higiene bucal foi considerada “suficiente” e quando diagnosticada como “deficiente” e “muito ruim” foi classificada como “não suficiente”.” (p.695)
“Dentre as convidadas para o estudo, quatro mães não concordaram em participar. As justificativas fornecidas por elas foram: falta de tempo, desinteresse e recusa total da criança para ser examinada”(p.695)
“Das crianças estudadas, 79,5% tinham ido ao menos uma vez ao dentista (IC 90% [72,3-87,8]), 79% pertenciam à classificação menos favorecida.”(p.696)
“A idade das crianças/adolescentes manteve-se associada à atenção odontológica após ajuste pelas variáveis do modelo, indicando que os sindrômicos na entre 12 e 18 anos possuem cerca de 13 vezes mais chance de já terem recebido algum atendimento odontológico (OR=13,1 [2,0; 86,9]).” (p.696)
“A indisponibilidade de um banco de dados nacional, estadual ou municipal caracterizando a população acometida pela síndrome de Down dificulta a obtenção de uma amostra representativa de crianças e adolescentes com a síndrome.” (p.696)
“Semelhantemente aos achados de outros estudos, o presente estudo mostrou que a maior parte das crianças e adolescentes já tinha sido submetida a alguma avaliação odontológica em determinado momento de suas vidas.” (p.696)
“A análise bivariada identificou que as variáveis “idade”, “hábito de bruxismo”, “história prévia de cirurgia”, “orientação profissional para que a mãe levasse o fi lho com síndrome de Down ao dentista” e “presença de lesão de cárie dentária” foram associadas estatisticamente ao fato da criança ou adolescente já ter sido submetido a alguma consulta odontológica.” (p.697)
“Mesmo não havendo cirurgiões-dentistas em seu quadro de atendimento, o hospital divulga para os pais ou responsáveis esses serviços públicos de assistência odontológica especializada.” (p.698)
“Para alguns autores, acometimentos presentes na cavidade bucal de pessoas com síndrome de Down podem comprometer sua rotina de vida, provocando problemas de saúde, alterações comportamentais e dificuldade de interação social.” (p.698)
“Ao exercer uma prática de trabalho atenta a identificar as necessidades de saúde apresentadas pelo usuário, o profissional passa a exercer um atendimento integral, evitando uma visão reducionista e fragmentária do paciente.” (p.698)
“As crianças e adolescentes com síndrome de Down são pacientes comuns dos consultórios médicos, daí a importância desses profissionais estarem sempre atentos ao cuidado integral do paciente, fornecendo todas as informações necessárias ao cuidador.” (p.698)
“De acordo com Ceccim & Feuerwerker (2004), o atendimento do profissional de saúde não deve ser restrito à assistência curativa: o cuidador precisa dimensionar os fatores de risco à saúde e, por conseguinte, executar ações preventivas.” (p.698)
“Em estudo longitudinal de sete anos na Suécia Agholme et al (1999) constataram o desenvolvimento e agravamento da doença periodontal com adolescentes trissômicos.” (p.698)
“Vários problemas dentários associados à síndrome de Down podem ser eliminados ou minimizados em pacientes assistidos pelo dentista ainda na fase de dentição decídua” (p.698)
“O profissional voltado para o atendimento integral precisa compreender o contexto de vida do indivíduo que busca cuidado” (p.698)
“A partir da abordagem integral, o profissional mostra ampla compreensão das necessidades da criança, englobando as ações de assistência e de prevenção de sofrimentos futuros.” (p.698)
“A integralidade vem sendo incorporada à consciência crítica dos profissionais de saúde. Não basta, no entanto, que esses profissionais possuam um olhar atento e capaz de apreender as necessidades do usuário se a população não tem condições de acesso a um sistema com cuidados integrais” (p.698-699)
“o fato desses pacientes já terem ido ao dentista não significa, necessariamente, que tenham recebido atenção odontológica integral e contínua.” (p.699)
“Em conclusão, a atenção odontológica recebida pelas crianças e adolescentes com síndrome de Down foi influenciada, além da idade, pela postura dos profissionais que as assistem, mostrando a importância desses cuidadores atuarem com uma prática de atendimento integral.” (p.699)
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